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Transporte de aves de rapina {relato de caso}

RELATO DE CASO

Há algum tempo atrás fomos viajar para o Rio de Janeiro para um Encontro de Falcoaria e queríamos levar um dos Falcões, ainda bem que a CIA Aérea pede para chegar 1 ou 2 horas antes. Sabendo que sempre ocorre problemas pequenos e fáceis de serem resolvidos para despachar as aves, após a marcação com muita antecedência do voo da ave chegamos na CIA de carga.


A Caixa que o animal estava é a Caixa de transporte em que ela veio de MG do criadouro.


Fig 1 - Caixa de transporte - lembramos que as portas são vedadas com plastico grosso ou papelão. E os círculos de ventilação são vedados com telas.


1 - O atendente não queria aceitar a caixa de transporte que ela veio do criadouro, primeiro ele mandou tirar a proteção que tampava toda caixa e deixava somente o espaço da ventilação necessária para a ave realizar sua respiração normal.


2 - Depois ele reclamou que não tinha poleiro e nem comedouro e bebedouro.


Daí começou todo o empasse. Explicar para o atendente que "aquilo" que estava dentro da caixa era uma ave de rapina.


Comedouro e bebedouro??? Não meus queridos isso não é um psitacídeo ou qualquer outra ave que come ração.

Explicamos com muita calma. E ai, fomos para a segunda questão: poleiro?


Algumas aves podem sim ser transportadas com poleiros na caixa MAS NÃO AS RAPINAS.


Caso: já teve caso no Brasil de uma rapina chegar ao destino com a perna quebrada, porque a CIA aérea insistiu e o cliente colocou poleiro. O poleiro não estava fixo e no balançar do avião ou mais provável no manuseio errado dos prestadores de serviço da CIA aérea o poleiro virou e atingiu a ave.


Voltando ao assunto, perguntei ao atendente onde ele havia visto essas informações. Pois bem, ele disse, e pegou no armário um guia de carga em inglês da IATA.

Ele mesmo disse que não sabia ler, mas se guiava pelas figuras e que Bird era pássaro. Não menosprezando o atendente, mas como o Brasil adota um material de fora e joga na mão de seus funcionários (ao menos tenham o trabalho de traduzir e entregar uma apostila). Se ele não sabia ler o que estava escrito, como ele iria entender.

Fomos verificar juntos o material. E estava realmente lá, uma caixa de transporte para pássaros. E ele fechou e quase ponto final, pedi a ele para ver o tal livro.


Foliei foliei e ela estava lá, nossa caixa de transporte. Ufa!


Fig 2 - Caixa de transporte solicitada pelo atendente


Fig 3 - Na mesma página estava a caixa de transporte utilizada pelos criadores de rapina do Brasil.

3 - O atendente disse: qual espécie de ave é?

Informamos a espécie de Falcão (Falco femoralis) e para nossa surpresa, ele pega novamente a bíblia americana das páginas amarelas de transporte de aves.

Bom, essa espécie não consta aqui? (Disse mais uma vez o atendente)

Respiramos fundo e lá fomos de novo foliar.

E estava lá várias espécies de aves de rapina. Quase soltamos um foguete. Yuruuuu, ela poderá ir viajar.


Opa! Senhora, Senhor lembrei de uma coisa (indagou o atendente). Hoje é feriado e a CIA aérea daqui não aceita carga viva em feriado.


Após todos os questionamentos, todas as aulas e todas as explicações ... a ave não pode ir ao Encontro e voamos sozinhos.


FIM


O que você precisa saber para viajar:


1 - Você deve ter o GTA (Guia de transporte animal) de sua ave emitido pelo órgão responsável de sua cidade (não podemos dizer qual órgão é em cada estado, procura saber no Google)


Alguns estados já passaram também este serviço para veterinários, muito mais fácil se assim for no seu estado, porque o médico emite o atestado e o GTA.


2 - Você deve ter o atestado de sanidade deste animal. Emitido por um médico veterinário.


3 - Você deve ter toda a documentação do animal que vem do criadouro (Nota Fiscal).


4 - A ave deve estar em sua caixa de transporte ideal (nada de inventar moda ou atender ao atendente da Cia Aérea)


Se preciso for, chame o gerente peça para ver o Guia de transporte animal IATA e mostre as diferenças conforme fotos em anexo. (o de 2016 é capitulo 8 página 20)


Seja paciente, ninguém precisa saber tudo. E sabemos que não é muito comum no Brasil o transporte de aves de rapina, apesar que isso vem aumentando consideravelmente.


No mais Boons voos e a CIA área agradece as instruções.


ANEXO:



Todo criador deveria enviar esses documentos junto da ave de rapina e até mesmo disponibilizar em seu site, no Brasil, só o Criatório Fukui (até hoje) lhe fornece esse tipo de material.


 

obs: Este texto foi escrito com intuito de alertar outros Falcoeiros e criadores. Após o relato que aconteceu a 6 meses, retornamos ao aeroporto e ocorreu novamente a solicitação de poleiro e bebedouro.






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