top of page

Por que observar e fotografar aves de rapina?


Lembro-me dos meus primeiros dias como observadora de aves, costumava sair pelo bairro para procurar algumas espécies, principalmente as aves de rapina, grupo que sempre me chamou a atenção pela imponência e pelos comportamentos. O hábito de fotografar os rapinantes surgiu por consequência da observação, onde sempre tentava registrar o comportamento das espécies e suas atividades de caça.


Fotografar aves de rapina é uma atividade apaixonante e desafiadora, já que são difíceis de serem encontradas, são ariscas e escassas. É necessário paciência e atenção, muitas vezes precisamos ficar horas parado nas manhãs quentes procurando por algo no céu ou andar quilômetros para observar um único gavião, e às vezes os encontros são rápidos. Além disso, é importante conhecer o comportamento das espécies, saber seus horários de maior atividade, requerimentos de hábitats e áreas de ocorrência.

Espécies urbanas, como o gavião-carijó (Rupornis magnirostris), quiriquiri(Falco sparverius) e o caracará (Caracara plancus), são as mais facilmente vistas pelas pessoas, enquanto que aquelas estritamente florestais são mais difíceis, normalmente são mais escutadas do que visualizadas. Entre essas espécies, há aquelas mais procuradas pelos observadores e fotógrafos de aves, como é o caso da harpia (Harpia harpyja), uiraçu-falso (Morphnus guianensis) e outros rapinantes raros. Lembro-me da primeira vez que vi o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) na natureza, a emoção era tanta que parei por um tempo apenas para observar a beleza daquela ave.

Mas o esforço de procurar rapinantes vale a pena, e muito! São aves belas, imponentes, poderosas e que rende ótimas fotografias. Procurar esses bichinhos por aí, além de ser uma atividade saudável e relaxante, aguça os nossos sentidos, dá um motivo a mais para viajarmos e explorarmos os diversos lugares, ou ir atrás daquelas espécies favoritas ou raras.


Além dos prazeres que a atividade pode nos proporcionar, os registros fotográficos podem contribuir com o conhecimento e a conservação das espécies. O registro, mesmo que indiretamente, pode ser usado para responder algumas questões científicas, principalmente aquelas ligadas à distribuição das espécies (presença e ausência em uma determinada região), rotas migratórias, dieta, comportamentos, etc. Por isso é legal compartilhar suas fotografias nas diversas plataformas disponíveis na internet.

Além disso, a fotografia é uma ferramenta muito eficiente na sensibilização das pessoas, sendo uma ótima aliada na conservação e educação ambiental. Uma linda foto de uma coruja pode ter um grande alcance de visualizações e provocar mudanças – mesmo que pequenas – no comportamento e na consciência da população. Através da fotografia, as pessoas podem ganhar novos olhares e serem defensoras de espécies que até então eram consideradas nojentas, maléficas ou de mau agouro, como é o caso das corujas, urubus e de alguns gaviões.


As aves de rapina são seres vivos espetaculares que sofrem o tempo inteiro com ameaças à sua sobrevivência. Por isso, é sempre importante contribuir de alguma forma com a conservação dessas espécies, seja conversando com as pessoas sobre a importância das aves de rapina para a natureza, seja divulgando a observação de aves, ou apenas sensibilizando as pessoas através de um lindo registro fotográfico.


Perfil de Jessica no wikiaves : http://www.wikiaves.com.br/perfil_jessicamoraes


Nós do Falcoeiras BR agradecemos a Jessica pelo empenho em produzir este ótimo texto. Acreditamos que a Educação Ambiental feita pelos fotógrafos de aves através de conversas com moradores das várias cidades onde eles visitam para fotografar é de suma importância para a conservação das aves de rapina.


Obrigada!

Recent Posts
bottom of page