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FALCOENTREVISTA - Rosimeiry Martins


Rosimeiry Martins, brasileira de Minas Gerais, tem 30 anos vive em Portugal, e tem como paixão a Falcoaria. Rosi vai contar para vocês um pouco de sua história de imigrante a falcoeira.


Conhecemos Rosi através de uma solicitação do Falcoeiras BR a Pedro Afonso (Presidente da APF), gostaríamos de agradecer ao Pedro e a APF pela gentiliza de nos informar algumas Falcoeiras para podermos contactar e principalmente por ter encontrado a Rosi que é Brasileira.


Obrigada Rosi, Pedro Afonso e APF!

A Associação Portuguesa de Falcoaria, representa os cetreiros portugueses e a cetraria portuguesa desde 1991. Saiba mais em: apfalcoaria.org






1- Qual seu primeiro contato com a Falcoaria ?

Tinha acabado de chegar em França não conhecia ninguém, não sabia falar francês, através de uma amiga consegui um trabalho em um café (bar) português, onde conheci meu marido Jorge Teixeira, sempre gostei de animais principalmente aves mais nunca imaginei ter contato com uma ave de rapina, foi quando ele me levou para conhecer seu falcão peregrino nesta época estava no seu apartamento, estava em treino chamava-se “Horrus” não só me apaixonei pelo pássaro como apaixonei pelo dono.

Jorge Teixeira - Falcoeiro Português

2- Há quanto tempo está na Falcoaria. Quais aves você voa?

Tenho 8 anos de Falcoaria, sendo somente um ano como trabalho, neste tempo já voei muitas aves com o Jorge (Bufo, Harris, Falcões, Açores, Coruja das torres, Coruja das neves, Gaviões, Falcão americano etc…) 3 -Quais você já treinou?. Qual deles foi mais difícil?

Já treinei Harris, Açores e um peregrino. Os treinos são todos difíceis independente das espécies, o que gosto de fazer e antes de mais nada conhecer o temperamento da ave que vou treinar, passando o maior tempo possível com ela, até agora tenho resultados satisfatórios.


4- Você acha que ainda (depois de anos de historia) a Falcoaria é mais difícil de ser feita pelas mulheres. Por quê?

Sim. Por quê em 1° temos muitas coisas em nosso cargo como casa, filhos e ainda “maridos” - 2° a Falcoaria e necessário termos muito tempo e dedicação 3° muitos homens nos deixa ao lado por achar que somos frágeis mesmo depois de tudo que conquistamos, assim cabe a nós mulheres mostrar nosso valor, e mostrá-los que somos capazes. 5 – Quem foi seu tutor na falcoaria?

Tenho sorte. Meu 1° Mestre falcoeiro foi Jorge Teixeira - principalmente baixo voo e o 2° Bruno Alves no alto voo, aprendi com os grandes, quer dizer ainda estou aprendendo .


6 – Sabemos que seu marido Jorge Teixeira tem fascínio por aves noturnas. Você já caçou ou presenciou a caça com essas aves?

Sim. tanto presenciei como caçei, são aves incríveis com ótimo temperamento fora que podem caçar de dia e à noite. É fascinante!



7 – Descreva um lance com uma Búho real (Bubo bubo)?

Como posso descrever, quando você percorre um terreno com um Bufo a maneira que ele observa o território seus olhos quando fixam algo que não conseguimos ver ele voa em direção a presa mesmo com todo seu tamanho você quase não ouve seu bater de asas mesmo que não consiga apanhar a presa somente aqueles minutos nos faz perder o fôlego. 8 – Você considera então Corujas como aves de Falcoaria?

Sim e não, explico. O bufo real e utilizado desde do início como ave de Falcoaria real, mais hoje com a Falcoaria moderna introduziram outras espécies, então as corujas são mais utilizadas para apresentações. Agora se me perguntar se é possível domesticar e voar uma coruja para caça digo que sim, a partir do momento que seja uma ave de cativeiro com documentação. E que se tenha paciência e dedicação. 9– Quais presas vocês caçam com suas aves?

Aqui em Portugal mais comum é o coelho, lebre e perdiz . 10– Você mora a quanto tempo em Portugal?

Vivo em Portugal a 4 anos, sendo que na Europa já estou a 9 anos. 11– Sabemos que você fabrica alguns equipamentos para você. Quais são esses equipamentos? Porque decidiu criar os seus próprios equipamentos?

Sempre gostei de ser diferente e dar um toque pessoal em tudo que faço por este motivo foi que comecei a fabricar meu material ,mais um desafio em minha vida, estou a criar pdf com passo a passo dos matérias para poder ajudar mais pessoas dentro da Falcoaria. Já fiz luvas para aves grandes, luvas de falcões e luvas de 3 dedos, rol (lure) para falcões, caparoes (capuz) para accipiter, espero aprender ainda muito mais...



12– Tem alguma dica que você daria para os iniciantes na Falcoaria?

Sim, nunca desista no primeiro obstáculo à Falcoaria não só um desporto é algo que nos faz crescer e respeitar o limite de cada um é seu espaço, não só na teoria como na pratica . 13 – Qual a mensagem que você deixa para os Falcoeiros mais antigos?

Que mesmo depois de anos de experiência ainda não sabemos tudo, todos os dias se aprende.


Foto do Encontro Anual da APF - (Associação Portuguesa de Falcoaria)

14– Descreva um pouco a Falcoaria praticada em Portugal?


A falcoaria em Portugal parece estar num ponto de virada. Por um lado existem mais pessoas querendo praticar e um interesse maior na arte mas por outro é cada vez mais difícil conseguir locais de qualidade para caçar (em especial em algumas zonas do país). Por isso praticar, apesar de legalmente possível, exige grande esforço e empenho. Apesar das dificuldades os cetreiros são um pouco mais unidos hoje do que eram há alguns anos e isso ajuda. Também estamos esperançosos no reconhecimento da Falcoaria praticada em Portugal como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, o que todos esperamos venha ajudar a conseguir melhores condições para a prática.


Veja a reportagem feita pela SIC que anuncia a candidatura da Falcoaria Portuguesa ao reconhecimento como Patrimônio da Humanidade. http://migre.me/ty5z6

Na vida de Falcoeira aprendemos a respeitar quem está ao nosso lado, descobrimos os nossos limites e depois aprendemos como ultrapassa-los, aprendemos regras, temos respeito …

A Falcoaria não se faz a Falcoaria se vive...

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