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Por que estudar aves de rapina?


Laura Lindenmeyer

Bióloga, e membro da Sociedade Brasileira de Ornitologia (SBO) e anilhadora junto ao Sistema Nacional de Anilhamento (SNA) e ao CEMAVE. Atua na empresa Hayabusa Consultoria Ambiental LTDA, com: controle e manejo de fauna, desenvolvimento científico, reabilitação de aves de rapina e programas de educação ambiental




As aves de rapina são aves que apresentam adaptações– bico curvo e afiado, garras fortes e visão extremamente desenvolvida – para a caça (delHoyo et al., 2004; Ferguson-Lees& Christie, 2001). Esses animais são imprescindíveis no topo da cadeia, como predadores (Newton, 1979; Sick, 1997). Muitas espécies de rapinantes são naturalmente raras, possuem aversão à aproximação humana e utilizam áreas de difícil acesso (Ferguson-Lees& Christie, 2001). Além disso, as aves de rapina ocorrem em baixas densidades populacionais, o que faz com que esse grupo seja escassamente estudado (Robinson e Wilcove, 1989; Silveira et al. 2006). Devido a isso, poucas informações sobre os padrões de dinâmica populacional das espécies que ocorrem no país, assim como os fatores que os influenciam são conhecidos (Bierregaard 1995, 1998; Granzinolli, 2009). Em contrapartida, estudos envolvendo predadores de topo de cadeia trófica são extremamente importantes, devido à garantia de equilíbrio do ecossistema que proporcionam dada sua condição de espécies-chave (Ricklefs, 2009).


Segundo Filho et al. (2009), as aves de rapina exigem um amplo e específico esforço de amostra. Altamente territorialistas, muitas espécies de rapinantes ocupam extensos territórios de vida. Estas características, somadas à grande mobilidade, diversos padrões de plumagem (incluindo polimorfismos e até situações de mimetismo) e timidez limitam a detecção e identificação destes táxons. Tais condições se agravam em ambiente florestal devido ao limite visual e dificuldade de locomoção do observador. Por isso, a maioria das técnicas empregadas para o estudo de outras aves não se aplica a rapinantes.


O anilhamento é uma importante técnica aliada ao estudo das aves de rapina e será tema da próxima postagem sobre pesquisa científica. Na foto acima, coruja-de-igreja (Tyto furcata) recebendo uma anilha metálica. Foto: Hayabusa Consultoria Ambiental LTDA.


E agora?



Não deixa de acompanhar nossas próximas postagens.


*imagem google.com (alterada)

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