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A IMPORTÂNCIA DA MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA NA FALCOARIA


Med. Veterinaria, com especializaçao em Clinica médica e cirurgica de animais selvagens. Trabalha na UFRJ e faz parte do Conselho de ética no uso de animais.


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A medicina preventiva é a espinha dorsal de qualquer programa médico veterinário devido a problemas inerentes aos processos de diagnóstico e tratamento de animais silvestres.

Relatos de excesso de zelo em observação são preferíveis à indiferença. Partindo-se do fato de que muitas espécies silvestres, entre elas as aves de rapina, mascaram instintivamente sinais claros de doença até que o problema esteja bem avançado, é necessário que os proprietários fiquem atentos a qualquer coisa, mesmo que pareça apenas alguma mudança trivial. Reconhecer tardiamente que uma ave está doente reduz bastante as chances de cura.


Os cuidados de observação e exames preventivos aumentam consideravelmente para as aves que são utilizadas no controle de fauna, uma vez que devido a essa atividade, estão em contato constante com presas que podem lhes transmitir uma série de enfermidades. Doenças freqüentes em rapinantes como Herpesvirose, Capilariose, Tricomoníase e vetores como os Hipoboscídeos, são facilmente contraídos por essas aves através de uma dieta rica em columbiformes (ex: pombos).


Por que monitorar a saúde da ave é tão importante?


(1) históricos veterinários completos são essenciais para a descoberta de qualquer inconsistência que pode preceder uma doença.

(2) reduz o risco de introduzir uma doença no ambiente no qual o animal se encontra e de transmiti-lo para outras espécies de vida livre ou doméstica.

(3) minimiza o risco do proprietário contrair uma zoonose.


A inspeção macroscópica das fezes muitas vezes proporciona informações valiosas a respeito da saúde da ave. A forma e a coloração dependem do tipo de dieta oferecida, das particularidades do trato intestinal de cada espécie e de outros fatores. Fezes com coloração enegrecida são normalmente produzidas após a ingestão de carne vermelha, ao passo que o bolo fecal pode apresentar-se amarelado e granular se o animal consumir carne branca e gordurosa.


A análise de pelotas regurgitadas pode também fornecer dados importantes sobre o estado geral e atividade digestória do indivíduo. Pelotas normais são de formação ovaladas, firmes, porém elásticas, levemente úmidas, sem cheiro e cobertas por uma camada translúcida de muco. Partículas de carne não digeridas ou odor pútrido sugerem desordens digestórias ou regurgitação prematura, enquanto pranchas de sangue podem ser o resultado de processos inflamatórios ou lesões no esôfago ou estômago.


Uma ave saudável se porta de maneira ereta. A respiração é restrita a parte superior do corpo, sem sinais de movimentos de cauda ou abdominais. Os olhos devem ser vívidos e brilhantes. Olhos opacos e com secreções é sinal de possíveis infecções.

A condição das penas também é importante. Penas quebradiças, com linha de estresse e presença de parasitos, indicam falta de saúde.

Mas somente a inspeção visual e observação constante podem não ser suficientes para a monitoração da saúde do animal. É nessas horas que os exames complementares (parasitológico de fezes, hemograma, etc) nos fornecem dados valiosos, na maioria das vezes escondidos da visão do proprietário.


Uma ave saudável com certeza terá um maior desempenho no vôo, na caça e na reprodução, maximizando os efeitos e resultados do treinamento a ela despendido pelo falcoeiro.

Desse modo, visitas regulares ao médico veterinário para inspeção rotineira dos animais, a realização de exames preventivos, bem como uma observação atenta e dedicação por parte do proprietário, são atualmente as melhores estratégias para manter a saúde da ave. Abaixo segue tabela dos exames preventivos mais utilizados e seu tempo de intervalo:


* Artigo publicado no Boletim da ABFPAR vol. 12, n° 1 de 2015, acrescentado de algumas modificações.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


- COOPER, J.E. Birds of Prey: Health and Disease, 2002.

-- CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de Animais Selvagens, 2007.


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